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VÍRUS DA COVID-19 PODE PERMANECER NO ESPERMATOZOIDE ATÉ 110 DIAS APÓS A INFECÇÃO

Pesquisadores da USP, Universidade de São Paulo mostraram, pela primeira vez, que o vírus SARS-CoV-2 pode estar presente nos espermatozoides de pacientes até 90 dias após a alta hospitalar e até 110 dias após a infecção inicial, reduzindo a qualidade do sêmen. Os resultados da pesquisa, publicados na revista Andrology, alertam para a necessidade de se considerar um período de “quarentena” após a doença, para quem pretende ter filhos. Já se sabe que o novo coronavírus é capaz de invadir e destruir uma série de células e tecidos humanos, entre eles os do sistema reprodutivo, dos quais os testículos funcionam como “porta de entrada”.

Imagem: BlackJack3D/Getty Images

O estudo financiado pela FAPESP lançou mão das tecnologias de PCR em tempo real para detecção de RNA e de microscopia eletrônica de transmissão para analisar espermatozoides ejaculados por homens convalescentes de Covid-19. Foram estudadas amostras de sêmen de 13 pacientes infectados com idade entre 21 e 50 anos e que desenvolveram Covid-19 nas formas leve, moderada e grave e que foram atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina.

Apesar de todos terem testado negativo para a presença do SARS-CoV-2 no teste de PCR do sêmen, o vírus foi identificado em espermatozoides de oito dos 11 pacientes com doença moderada a grave até 90 dias após a alta hospitalar, o que, segundo os autores, não quer dizer que não esteja presente por mais tempo. O SARS-CoV-2 também foi identificado em um dos dois pacientes com Covid-19 leve. Assim, entre os 13 infectados, nove tiveram SARS-CoV-2 detectado de forma intracelular nos espermatozoides ejaculados.

Outros dois pacientes apresentaram desarranjos ultraestruturais nos gametas semelhantes aos observados nos pacientes em que o vírus foi diagnosticado. Desse modo, os pesquisadores consideram que, ao todo, foram 11 os participantes com a presença viral dentro do gameta masculino. Os resultados da microscopia eletrônica revelaram que os espermatozoides produzem armadilhas extracelulares baseadas em DNA nuclear para neutralizar o agente agressor e se sacrificam no processo. Ou seja, a célula dá a vida para conter o patógeno.

 

Fonte: CNN Brasil

Adaptação: Gabriela Rodrigues

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