Um estudo demonstrou que bebês que são expostos a mais de um idioma enquanto ainda estão no útero percebem aspectos da fala de maneira diferente daqueles que ouvem apenas um idioma. A pesquisa foi realizada na Catalunha, onde 12% da população fala catalão e espanhol na rotina diária.
Imagem: Kohei Hara/Getty Images
Foram recrutadas como voluntárias 131 mães de recém-nascidos entre um e três dias de vida. Destas mães, 41% disseram que falaram exclusivamente um idioma — catalão (9%) ou espanhol (representando 91%) — durante a gravidez, inclusive quando conversavam com o bebê crescendo na barriga. 51% falaram duas línguas — seja catalão e espanhol, ou um destes idiomas combinados com outro, como o árabe, inglês ou português.
Usando eletrodos na testa, os pesquisadores mediram a “resposta de seguimento de frequência” nos bebês recém-nascidos os expondo à reprodução repetida de um estímulo sonoro cuidadosamente selecionado, com 250 milissegundos de duração e composto de quatro estágios: A vogal /o/, uma transição, a vogal /a/ em tom constante e a vogal /a/ aumentando em tom. A frequência mede com que precisão os picos de ação produzidos pelos neurônios no córtex auditivo e no tronco cerebral, imitam as características das ondas sonoras do estímulo.
Os resultados apontaram que a resposta aos sons das vogais /o/ e /a/ foi mais precisa no cérebro dos fetos de mães monolíngues, que aprenderam a ser mais sensíveis ao tom de uma única linguagem. Em contrapartida, o cérebro dos fetos de mães bilíngues parece ter se tornado melhor em detectar uma gama de variação nas frequências de tom, mas sem gerar a resposta máxima a nenhuma delas. O estudo parece indicar, portanto, que existe um impasse entre eficiência e seletividade na aprendizagem dos fetos sobre tons de voz.
Fonte: CNN Brasil
Adaptação: Gabriela Rodrigues
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